Falar sobre família é sempre tocar em um sentimento profundo. Ao longo da minha caminhada, percebi que celebrar datas especiais vai muito além dos encontros à mesa ou das fotos para os álbuns. Tem a ver com memória, identidade e – principalmente – fé. Cada vez que nos reunimos em datas como aniversários, Páscoa, Natal ou até mesmo momentos simples do cotidiano, existe uma oportunidade rara: colocar Deus no centro de tudo. Mas como manter a espiritualidade como base nas celebrações em meio a tantas demandas e mudanças nas famílias?

A importância dos rituais em meio à rotina moderna
As famílias brasileiras estão mudando rapidamente. Conforme boletim do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o tamanho das famílias diminuiu bastante nas últimas décadas, acompanhando novas dinâmicas sociais (veja mais aqui). Percebo que, com casas menores e rotinas aceleradas, os encontros familiares podem perder espaço para outras tarefas. Por isso, criar rituais ao redor da fé acaba se tornando um gesto de resistência e resgate de valores que parecem, por vezes, se perder.
Mesmo que a família esteja reduzida ou espalhada em cidades diferentes, criar hábitos de celebração com significado espiritual fortalece vínculos e atravessa distâncias. Não é apenas tradição; é como acender um farol na jornada de cada membro.
Por que trazer a fé para o centro das comemorações?
Em minha experiência, percebo que celebrar datas especiais colocando Deus no centro não é limitar a alegria, e sim ampliá-la. É como convidar o Autor da vida para ocupar o lugar de honra no grande salão do nosso coração e do nosso lar. Isso muda tudo: conversas, risos e até mesmo silêncios ganham novo sentido.
A presença de Deus transforma qualquer celebração em algo eterno.
De acordo com dados do IBGE, o número de casamentos aumentou e, mesmo diante de tantas mudanças de modelos familiares, há um movimento crescente de formalizar laços e buscar refúgio no núcleo familiar (dados completos aqui). Percebo que, nesse cenário, o unir as mãos para orar, agradecer e buscar direção passa a ser uma âncora.
Como praticar a centralidade da fé em cada celebração?
Sei que cada família tem uma dinâmica própria, mas algumas práticas simples podem aproximar todos do propósito de viver cada momento especial com fé. Listei aquilo que mais fez diferença nos meus próprios encontros familiares ou nos relatos que conheci ao longo do projeto Wanessa Nery Guedes, principalmente com o livro devocional "Virtuosa". Veja algumas ideias:
- Inicio agradecendo em oração: Antes do parabéns ou do jantar, paro e agradeço com palavras simples. Dá até para revezar e pedir para cada um dizer pelo que é grato.
- Leitura de trechos bíblicos relacionados à data ou ao momento. Às vezes, basta um versículo que resuma esperança ou renovação.
- Cantos ou músicas cristãs. É surpreendente como uma música pode envolver as crianças e tocar até quem não tem costume de participar.
- Compartilhamento de experiências e testemunhos. Em aniversários, procuro deixar que cada um conte uma bênção do último ano.
- Preparação coletiva dos alimentos. Enquanto cozinhamos, já vou puxando papo sobre o propósito daquele dia, o que Deus fez ou ainda fará.
Esses pequenos gestos, quando praticados com intenção, mostram para todos – especialmente para as crianças – que a fé não é apenas teórica, mas vivida.
Celebrando em família mesmo à distância
Nem sempre é possível reunir todos fisicamente, mas a tecnologia pode ajudar. Já organizei reuniões em que parte da família participa por vídeo chamada, e todos oram juntos, agradecem, e até acendem velas no mesmo horário. O importante, de novo, é o sentimento de unidade e a lembrança de que nada impede a presença de Deus onde estivermos.
Muitas pessoas compartilham comigo que usaram as mensagens do livro "Virtuosa" nesses encontros virtuais, lendo um trecho específico para inspirar o momento, e isso cria um laço ainda mais profundo, mesmo que à distância.
Tradições que se renovam: exemplos para se inspirar
Gosto de relembrar que não existe fórmula única. Cada família pode criar seus próprios símbolos. Já vi quem acende uma vela toda vez que nasce um bebê novo, quem planta uma árvore a cada aniversário, ou distribui cartas sobre gratidão no almoço de Páscoa.
Em datas como Dia das Mães, ou Dia Internacional da Família, costumo envolver todos em atividades que geram conexão, como fazer uma lista de motivos para agradecer a cada membro e ler em voz alta (os olhos brilham, prometo!). A campanha do Ministério dos Direitos Humanos reforça justamente o valor dos laços familiares e, quando celebramos com propósito, aquilo que parecia simples ganha peso de eternidade.

Integrando todas as gerações
Para mim, um dos maiores desafios – e alegrias – é juntar todas as idades em uma celebração. Os mais velhos trazem sabedoria, histórias e mantêm tradições vivas. As crianças renovam nossa esperança e nos desafiam a simplificar a fé.
Geralmente, dou uma tarefa para cada geração: os avós contam como celebravam no passado, os pais compartilham lições vividas, as crianças desenham ou cantam. Isso cria um mosaico afetivo e espiritual que fica gravado no coração de todos. E de quebra, todos se sentem incluídos.
Limites saudáveis e atenção ao essencial
Não posso deixar de comentar sobre o desafio de não deixar as festas se tornarem apenas sobre consumo, comida, presentes ou decoração. Gosto de pensar que aquilo que não promove a união, o respeito e a fé pode ser deixado de lado. Nem toda celebração precisa ser elaborada.
Simples pode ser muito mais profundo.
Os programas do governo como o "Famílias Fortes", que alcançaram mais de 151 mil lares, mostram que o vínculo precisa ser fortalecido de forma prática e consciente (leia mais aqui). Às vezes, um abraço sincero vale mais do que o presente mais caro.
Conclusão: Celebrar com propósito é escolher o eterno
Depois de tantos encontros, experiências e aprendizados, percebo que celebrar datas especiais mantendo a fé no centro da família é uma decisão diária. É escolher fazer do lar um altar, abrir espaço para que Deus manifeste esperança, cura e renovação. Não há regras rígidas, só a honestidade de viver com intenção. Por isso, convido você a olhar para cada comemoração com novos olhos. Experimente trazer para sua família os princípios que compartilho no livro "Virtuosa" e veja como pequenos gestos podem transformar a vida de todos. Se quiser conhecer melhor como fortalecer seus vínculos com fé e propósito, entre em contato e permita-se viver essa transformação.
Perguntas frequentes
Como envolver as crianças nas celebrações?
Gosto muito de convidar as crianças para ajudar nas pequenas tarefas, como escolher músicas, preparar cartões ou desenhar algo sobre o tema daquele dia. Peço para contarem um agradecimento simples ou lerem um versículo. Assim, sentem que pertencem e aprendem a valorizar a fé de maneira leve e divertida.
Quais tradições fortalecem a fé em família?
Tradições como a oração antes das refeições, leituras bíblicas em datas especiais e a partilha de testemunhos são muito marcantes aqui em casa. Outras famílias que conheci também fazem cultos domésticos simples, escrevem cartas de gratidão ou mantêm um diário de bênçãos, o que renova a fé de todos.
Como adaptar celebrações à rotina familiar?
Nem sempre dá para fazer grandes eventos. Aqui, adapto celebrando em casa mesmo, com lanche especial, um momento de oração e muita conversa. O importante é ter intenção, mesmo que seja em poucos minutos – um gesto ou palavra podem fazer daquele dia algo muito especial.
O que evitar para manter o foco espiritual?
Evito distrações que podem tirar a atenção dos valores que desejo transmitir, como celulares durante os momentos de oração ou foco apenas em presentes. O mais importante é priorizar a presença, o respeito mútuo e a busca conjunta de Deus.
Como unir diferentes gerações nas comemorações?
Escuto bastante os mais velhos e dou espaço para que contem suas histórias. Os mais novos podem participar com desenhos ou músicas, e gosto de incluir todos em conversas, jogos ou receitas. Assim, a celebração se torna significativa para cada geração e enriquece o ambiente familiar.
