Virtudes cristãs sempre parecem óbvias, mas nem todas caminham à sombra das mais conhecidas. Quando se fala de fé, logo se pensa em amor, humildade ou caridade. Mas existem outras virtudes, talvez esquecidas, que sustentam essa caminhada silenciosamente e, por vezes, com igual profundidade. Será que já paramos para pensar nelas?
No livro devocional “Virtuosa”, Wanessa Nery Guedes propõe uma jornada de redescoberta dessas pequenas, porém impactantes, virtudes. O propósito é que mulheres cristãs possam identificar, despertar e viver essas nuances da graça divina em sua rotina. Talvez, ao aproximarmos nossos olhos dessas virtudes, enxerguemos melhor a ação de Deus em nossas vidas.
Há virtudes que mudam tudo, mesmo sendo quase invisíveis.
Por que algumas virtudes são pouco lembradas?
Vivemos em uma sociedade que valoriza o extraordinário. As virtudes “maiores” ganham espaço, mas aquelas que florescem aos poucos, no silêncio dos gestos pequenos, ficam de lado. Muitos textos bíblicos e recomendações de líderes espirituais, incluindo as do Papa Francisco, sugerem que a prática constante de virtudes menos evidentes pode transformar nosso testemunho cristão em algo muito mais autêntico e eficaz. Segundo experiências orientadas pelo Papa Francisco, as virtudes do dia a dia, mesmo discretas, constroem uma sociedade mais justa e fraterna.
Mas afinal, quais são essas virtudes quase esquecidas? E como praticá-las sem parecer forçado, sem virar uma lista de afazeres que logo abandona-se no cansaço?
Exemplos de virtudes cristãs pouco lembradas
Compaixão pelas pequenas dores
Compaixão pode soar simples, mas não é apenas sentir a dor do outro – é agir diante dela, muitas vezes sem recompensa. Segundo o site Voz Católica, pequenos gestos, como um ouvido atento ou uma oração silenciosa, têm poder de consolar mais do que imaginamos. Essas atitudes discretas também são obras de Cristo.
Alegria santa, não a euforia passageira
Alegria santa é aquela que floresce apesar dos desafios, uma serenidade alegre, de quem confia. Não é aquela felicidade gritante, mas uma satisfação tranquila, profunda. Às vezes, ela está em tomar um café em silêncio, sentindo gratidão pela vida. É cultivar o contentamento, mesmo nas rotinas cansativas.

Tolerância e paciência ativa
Tolerância, nos dias atuais, não é sobre aceitar tudo, mas acolher as diferenças sem endurecer o coração. Praticar a paciência, então, é insistir no bem mesmo quando tudo parece ir contra. O sociólogo Mark MacMinn, ao refletir sobre a relação entre psicologia positiva e fé cristã, observa que a esperança e tolerância juntas criam um solo fértil para a felicidade autêntica e o florescimento pessoal.
Prudência e discernimento
Prudência não tem nada a ver com medo ou paralisia. É refletir antes de agir, buscando inspiração no Espírito Santo, para não magoar o outro ou dar passos apressados. O discernimento, tão fundamental na Bíblia, afasta-nos dos extremos e ajuda a enxergar onde Deus quer nos conduzir.
O coração prudente ouve antes de falar.
Fidelidade no que ninguém vê
Uma virtude que desafia: persistir no bem quando ninguém olha. É o compromisso de manter a verdade, a honestidade e a entrega mesmo nos pormenores. Muitos associam fidelidade à grandes causas, mas ela se prova de verdade nas ações cotidianas, repetidas, ordinárias. No livro “Virtuosa”, Wanessa Nery Guedes compartilha como momentos íntimos de fidelidade podem se transformar em testemunhos silenciosos, mas profundos.
Alegria em servir sem reconhecimento
Há quem sirva apenas quando há aplausos. Mas a virtude esquecida aqui está em uma entrega silenciosa, como arrumar a casa sem reclamar, cuidar dos bastidores, fazer uma gentileza sem anunciar ao mundo. São pequenas vitórias interiores.
Mansidão e autocontrole em tempos de tensão
É fácil perder o controle no trânsito, numa discussão online ou diante de injustiças. Ser manso não é ser passivo. Pelo contrário, é ter força sob domínio. O site Mercaba cita mansidão, prudência, justiça e temperança como forças silenciosas que mudam a espiritualidade moderna.
Mansidão é bravura domada pelo amor.
Como cultivar as virtudes esquecidas na vida diária
Falar é fácil, mas cultivar essas virtudes exige decisão, prática e, sobretudo, graça de Deus. Sugestões? Sim, algumas. Mas aviso: não espere fórmulas prontas.
- Oração diária: coloque diante de Deus suas dificuldades; peça para enxergar oportunidades de agir com virtude, mesmo nas pequenas coisas.
- Fragilidade admitida: admita que não consegue tudo sozinho. Peça ajuda, converse, leia sobre santidade.
- Testemunhos reais: inspire-se em histórias de vida, como as do livro “Virtuosa”, ou nos relatos de cristãos de séculos atrás, que já lutavam pela mesma causa.
- Reflexão constante: ao fim do dia, pergunte-se: “O que fiz que ninguém viu? Foi bom? Poderia ter sido melhor?”
- Redescobrir o sentido dos gestos repetidos: lavar louça, ouvir crianças, ajudar um colega, tudo pode ser ação de Deus, se feito com entrega silenciosa.
Talvez seja útil lembrar o papel da educação nas virtudes. Segundo análises sobre a formação moral na Idade Média, ensinar virtudes na infância era missão sagrada. Ou seja, nunca é cedo — ou tarde — para começar. Exemplos arrastam mais do que discursos.

Virtudes esquecidas e o legado cotidiano
Para muita gente, a sensação é de que viver virtudes pouco lembradas não muda nada. Será? Talvez o que mais transforma o mundo — e o lar, o trabalho, a igreja — sejam esses gestos involuntários, essas virtudes silenciosas, como propõe Wanessa Nery Guedes. Construir um legado começa com pequenas sementes. Paciência no trânsito, gentileza sem plateia, silêncio respeitoso, fidelidade aos compromissos assumidos.
Tudo isso, reunido, constrói uma vida plena em Deus. Não é perfeição, é perseverança. As pequenas virtudes, talvez, sejam as que sustentarão grandes obras.
Um coração virtuoso é feito de detalhes.
Conclusão
Cultivar virtudes cristãs pouco lembradas é uma escolha — talvez silenciosa, mas profunda. Quem se permite esse processo experimenta um crescimento quase imperceptível aos olhos do mundo, mas real e transformador no íntimo. E, afinal, não é sobre reconhecimento, mas sobre fidelidade a Deus. Se você busca inspiração, apoio e acompanhamento nessa jornada, o livro “Virtuosa” e a equipe de Wanessa Nery Guedes estão prontos para ajudar. Conheça mais, aprofunde-se nessa caminhada e permita-se construir, dia após dia, um legado pautado na graça, ainda que nos detalhes mínimos.
Perguntas frequentes
O que são virtudes cristãs esquecidas?
Virtudes cristãs esquecidas são qualidades bíblicas que, embora fundamentais na fé, recebem menos espaço em ensinos, pregações ou na rotina dos fiéis. São aquelas atitudes como alegria serena, tolerância paciente, prudência silenciosa, compaixão diária ou mansidão diante das tensões. Elas não aparecem tanto em discursos, mas têm forte impacto no testemunho cristão.
Como posso praticar essas virtudes todos os dias?
Praticar virtudes esquecidas começa com decisões diárias simples: ouvir antes de julgar, ajudar sem esperar retorno, agradecer por detalhes, admitir limitações, buscar inspiração em testemunhos reais (como propõe Wanessa Nery Guedes em seu livro). A oração, a autorreflexão e a busca por sentido nas pequenas ações facilitam esse cultivo constante.
Por que algumas virtudes são menos lembradas?
Porque, geralmente, a sociedade valoriza atitudes grandiosas. Pequenas virtudes passam despercebidas, já que não geram aplausos nem reconhecimento imediato. Além disso, a rotina corrida faz com que priorizemos resultados rápidos, ofuscando gestos silenciosos que exigem perseverança e sinceridade no coração.
Essas virtudes ainda são relevantes hoje?
Sim, talvez até mais do que nunca. O contexto atual, cheio de ruídos, julgamentos e imediatismo, pede atitudes silenciosas de mansidão, compaixão, tolerância e fidelidade. Essas virtudes tornam as relações mais humanas, aproximam o evangelho da vida real e inspiram mudanças verdadeiras, mesmo que discretas.
Como ensinar essas virtudes às crianças?
O ensinamento começa com o exemplo, pequenas conversas, incentivo à empatia e reconhecimento das boas atitudes do cotidiano. Atividades práticas, contar histórias que transmitam valores cristãos, orar juntos e valorizar gestos de gentileza são propostas simples. Livros como "Virtuosa", que trazem testemunhos reais e linguagem acessível, podem ser um ótimo apoio nesse momento de formação.